sábado, 9 de agosto de 2008

Jogos Olímpicos de Verão (Jogos da XXIX Olimpíada)


A cerimónia de abertura foi excepcional: coreografia, cenografia, música, jogo de luzes, fogo de artificio, artistas, os vários quadros que vão desde as várias invenções com que a China contribui para o Mundo até à sua história com a evocação das várias dinastias, ... - tudo foi espectacular nesta abertura dos Jogos Olímpicos de Pequim no estádio "Ninho do Pássaro". A próxima edição em 2012 (a realizar em Londres) vai ter muita dificuldade em superar esta cerimónia.

Claro que não nos devemos esquecer que esta cerimónia e a organização destes Jogos também têm objectivos políticos e servem para transmitir ao Mundo o poderio económico e de realização da China, assim como a imagem de uma China unida e moderna que certamente irá reforçar a sua importância no plano internacional.

A cerimónia
Há muito mais a contar sobre esta cerimónia, mas ficam aqui alguns apontamentos (poucos) e os melhores momentos (merecem ser vistos, embora a qualidade da imagem não seja muito boa) que espelham com maior realismo o que se passou.

Os Jogos Olímpicos tiveram o seu inicio com dois mil e oito 'fou' (antigos instrumentos de percussão) que foram utilizados para a contagem regressiva até a abertura oficial da cerimónia às 20h08 locais (13h08 em Portugal) no dia 08/08/2008 (de notar que o 8 é considerado um número de sorte na China).

O papel, uma invenção chinesa, também foi representado na cerimónia, através de um rolo gigante de papel-pergaminho, no qual se apresentaram os dançarinos-pintores e que permaneceu no "relvado" até ao final do espectáculo, permitindo efeitos surpreendentes.
A arte chinesa da caligrafia apareceu de seguida numa coreografia de tipos/caracteres móveis de impressão animados por humanos - performance realmente impressionante.

Prosseguiu com a música, através da ópera, sendo evocadas as cinco dinastias chinesas (Tang, Song, Yuan, Ming e Qing), com músicos instalados em tronos em ascensão.


O espectáculo continuou com uma explosão de cores fluorescentes em volta do famoso pianista Lang Lang, ao mesmo tempo que uma massa humana formava uma pirâmide representando o próprio Ninho do Pássaro.

Finalmente, uma apresentação de ginástica tradicional 'tai chi chuan' representava a harmonia entre o homem e a natureza, até que um grande globo saiu do chão representando o lema destes Jogos - "Um mundo, um sonho" -, cercado por centenas de mulheres exibindo retratos de crianças de todas as origens.

Simplesmente excepcional, fruto certamente de muitas e muitas horas/meses/anos de trabalho e ensaios árduos - mas o resultado final valeu bem esse esforço.


O espectáculo prosseguiu com a apresentação das 204 delegações de atletas.

O fim da cerimónia foi protocolar, com o hasteamento da bandeira olímpica e o espectacular acendimento da pira olímpica (mais uma surpresa fantástica reservada para a parte final da cerimónia).

O último atleta a conduzir o fogo olímpico, o ex-ginasta chinês Li Ning, acendeu a tocha que iluminará o estádio "Ninho de Pássaro" durante as duas semanas de competições e imediatamente foi suspenso por cabos, iniciando uma "corrida" em volta do estádio olímpico (no topo), enquanto que, à sua passagem, um pergaminho gigantesco, projectado sobre a arquibancada do "Ninho de Pássaro", se abria até chegar à pira.

O que esperar da participação portuguesa ?
Temos alguns atletas para medalhas, mas penso que não é isso que lhes deve ser pedido (embora os políticos utilizem os resultados conseguidos para referendar e avalizar as suas políticas desportivas - se os resultados forem bons, teremos o PS a dizer que tudo se deve à politica desportiva deles e o PSD há-de dizer que se deve é à política desportiva iniciada nos seus Governos; se os resultados forem maus, o PS dirá que a política desportiva dos Governos do PSD não permitiu fazer melhor e o PSD há-de dizer que se não fosse a política desportiva irresponsável do Governo, os resultados seriam muito melhores).

Num palco destes, já fico pessoalmente muito contente se os atletas nacionais conseguirem igualar ou superar os seus melhores resultados, mesmo que não ultrapassem a primeira eliminatória - tenho muita dificuldade em perceber alguns atletas que se ficam pela primeira eliminatória e muito distantes dos seus melhores resultados. Se um atleta não está em forma, se já não consegue competir com os melhores, não consigo perceber o porquê da sua ida aos Jogos - o facto de ter mínimos para a participação não significa que tenha que obrigatoriamente estar presente (mas esta opinião não parece ser partilhada pelo Comité Olímpico Português, nem provavelmente pela maioria da população portuguesa) - está em causa a representação do País e a própria imagem do atleta.

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